sábado, 9 de junho de 2012

Taylor em uma matéria da Veja

A revista Veja de 30 de maio tem uma matéria intitulada Country chique, falando sobre os artistas atuais do gênero. Taylor, obviamente não ficou de fora, e a matéria você confere aqui e agora:
O sucesso de Taylor Swift consagra um novo estilo da tradicional música caipira americana: mais urbano, sensual e com influencias do rock e do pop das últimas décadas
  Executivo da gravadora DreamWorks, Scott Borchetta recebia, em 2004, pilhas de propostas e discos de artistas novatos. Ele só deu atenção ao material de divulgação de uma cantora iniciante porque o pacote viera embrulhado em material transparente, que deixava ver as imagens da artista adolescente. "Ela era fotogênica", diz. E também sabia fazer música. "Enviou um CD de quatro faixas, todas escritas por ela, que me deixaram muito impressionado", lembra o produtor. Borchetta contratou Taylor Swift para a Big Machine Records, companhia que criou em 2005. Sete anos depois, Taylor, hoje com 22 anos, já vendeu 22 milhões de discos no mundo inteiro e amealhou seis Grammys. A turnê Speak Now foi a segunda mais lucrativa do showbiz americano em 2011: faturou 97,7 milhões de dólares, perdendo somente para os 156 milhões da 360 Tour, do dinossauro irlandês U2. Assim como a cantora Carrie Underwood e as bandas Rascal Flatts e Lady Antebellum, Taylor Swift representa uma nova mentalidade entre os astros que costumavam ser identificados ela bota (que ela faz questão de usar)  e pelo chapelão (que ela não usa). Suas raízes musicais estão mais fincadas no pop e no rock das últimas quatro décadas que nos astros caipiras do século passado. "Tenho orgulho de ser uma artista country, mas quero ir muito além desse gênero musical", diz Taylor.
  Com raízes na música folk e nas canções de caubói, o country consolidou-se efetivamente nos anos 20. Gênero típico do sul dos Estados Unidos, atraiu sobretudo trabalhadores brancos que naqueles tempos de recessão migravam da zona rural para as cidades. A idealização da vida do campo e de seus valores tradicionais, oposta à turbulência da cidade (e de seus bares), foi um tema que permaneceu vivo no country ao longo das décadas. Nos anos 60, ele se tornou uma espécie de frente de resistência contra a cultura hippie. "Não deixamos o cabelo longo e bagunçado como os hippies de São Francisco", cantava Merle Haggard em Okie from Muskoge, canção de 1969. A mesma música condenava o LSD e a maconha, embora Haggard, em outras composições, exaltasse a bebedeira - aliás, tema recorrente no country.
  Apesar do seu fundo conservador, o country sempre esteve aberto a influencias externas. "Jimmie Rodgers, um dos primeiros superastros do gênero, trouxe elementos do blues e do jazz. E os intérpretes da década de 40 eram influenciados pelo cantor Bing Crosby", diz Michael McCall, curador do Country Music Hall of Fame, museu localizado em Nashville. A cidade tornou-se a capital do country por motivos geográficos: situada no centro do estado do Tennessee, foi uma base de operações muito prática para os artistas que faziam o circuito caipira do sul. Nashville é também a sede do principal programa radiofônico do country, o Grand Ole Opry (corruptela de "grand old opera"), surgido em 1925. Nos anos 50, a gravadora RCA montou um estúdio na cidade, no qual se desenvolveu o "som de Nashville", um country renovado, que abandonou a rabeca e a voz anasalada em prol de cordas e vocais suaves - Patsy Cline foi uma estrela do estilo.
  Taylor Swift e congeneres são herdeiros de outra revolução musical, ocorrida no início dadécada de 90. Foi quando os artistas do country assimilaram características do country rock (em especial, do grupo californiano Eagles) e do hard rock. Fã do rock performático do Kiss, o cantor Garth Brooks incluiu efeitos visuais e cênicos em seus shows megalômano: voava sobre o palco suspenso por cabos.a Shania Twain, uma caipira nascida no Canadá, cantava sobre guitarras rascantes - e suas roupas com decotes sensuais foram um avanço para um gênero cujas cantoras usavam vestidões ou calça jeans velha e blusa até o pescoço. A nova geração mantém algumas características tipicamente sulistas. O cantor country ainda tem como um de seus veios temáticos mais fortes a infidelidade do parceiro. É o que o poeta brasileiro  Augusto de Campos, em um ensaio antológico sobre o sambista gaúcho Lupicínio Rodrigues, chamou de "sentimento de cornitude". E vigora ainda um certo saudosismo em relação ao passado do glorioso e perdido sul. O nome do grupo Lady Antebellum, um dos mais aclamados pela crítica, faz referencia a esse tempo - "antebellum" quer dizer "antes da guerra". Já houve, aliás, quem acusasse a banda de racismo: o sul anterior à guerra era, afinal, escravocrata. A banda alega que o nome faz referencia apenas ao estilo arquitetônico do período. 
  Taylor Swift é a cara mais fresca e comercial do novo country. Nascida em uma família de classe média da Pensilvânia, estado do norte, ela cita entre suas influencias cantores que nada tem de matutos, como os roqueiros Tom petty e Stevie Nicks. Suas letras ainda falam de traição, mas em contexto urbano. "Ela é uma atriz/ Ela é mais conhecida pelo que faz embaixo das cobertas", diz ela em Better Than Revenge, canção dirigida à malvada que roubou seu namorado, Joe Jonas. Taylor, porém, não descuida da tradição: tem uma casa em Nashville e, há duas semanas, doou 4 milhões de dólares para o Country Music Hall of Fame. Mas também planeja uma parceria futura com a rapper Nicki Minaj. O country já muito falou de botecos sujos. Taylor Swift está mais para butiques chiques.

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